domingo, 5 de junho de 2011

Saúde não rima com lucro


Sade_no_rima_com_lucroPor Mauro Rubem*

Terceirizar quatro dos maiores hospitais de Goiás é muito mais do que um retrocesso, é descaracterizar o papel do Sistema Único de Saúde (SUS), tida como uma política pública de Estado, fundamental à população, para privilegiar uma pequena parcela de empresários. Governos ditos sociais não podem desfazer de empresas públicas alegando prejuízos, falta de lucro. Já cansamos de presenciar o fracasso de outras terceirizações no estado e no país – prova de que esta não é a melhor solução para os problemas constatados na saúde pública.

Áreas como energia elétrica, saneamento, abastecimento são estratégicas e devem ser preservadas como patrimônios de nosso Estado, pois é sabido que tais empresas, se bem geridas, trazem dividendos. Sou estritamente contra qualquer tipo de violação de direitos humanos e acredito que vender a água, energia, e agora a saúde – direito humano universal – é um desrespeito à sociedade que ainda corre o risco de ter uma prestação de serviços de má qualidade com tarifas abusivas. Saúde nunca rimou com lucro, não é agora que vai ser diferente.

O Hospital de Urgências da Região Sudoeste, por exemplo, inaugurado em dezembro do ano passado, contou com investimento de cerca de 24 milhões de reais e até o momento está fechado para atendimento. Mais de 500 mil habitantes dos 27 municípios vizinhos de Santa Helena estão sendo prejudicados com tal situação. O hospital é administrado por uma empresa terceirizada, e nem por isso o problema foi resolvido.

A população precisa ser consultada se concorda ou não com a venda dessas empresas que são de patrimônio público e foram construídas com recursos dos impostos do povo. Sempre defenderei a convocação de plebiscito para consulta quanto a privatização das empresas estatais, conforme projeto de lei de autoria do nosso Mandato Popular, em tramitação na Assembleia Legislativa. Isso significa promover a cidadania e neste ponto, sempre estarei ao lado do povo e das trabalhadoras e trabalhadores de nosso Estado.

*Artigo publicado no Jornal O Popular de 02/06/2011 - Editoria Opinião, página 7

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