sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Deputados Estaduais aprovam Reforma Administrativa de Marconi

Assembleia Legislativa do Estado de Goiás aprova Reforma Administrativa que dá plenos poderes ao Governador do Estado, Marconi Perilo (PSDB). Projeto recebeu 32 emendas dos deputados, mas modificações não afetaram a essência da proposta.

Submetido a 32 emendas, o projeto de lei da reforma administrativa foi aprovado nesta terça-feira (18) pelos deputados estaduais no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, em primeira votação, com apenas seis votos contrários e 29 a favor. As modificações não afetaram a essência da proposta, mas apenas suavizaram pontos da reforma que mais provocaram polêmica.

Ficou instituído, por exemplo, prazo de seis meses para o governador Marconi Perillo (PSDB) promover, sem consulta ao Legislativo, alterações no Orçamento do Estado e nos cargos e salários da estrutura complementar (gerências e supervisões). Serão 5 mil cargos que podem sofrer alterações por meio de decreto.

Esses pontos provocaram protesto de uma pequena oposição, que repetiu ao longo do dia que o projeto representa um "cheque em branco" da Assembleia para o governador. O argumento é de que Marconi tem ampla maioria na Casa e não tem necessidade de agir por decreto ou outras medidas, sem consultar os deputados. Ernesto Roller (PP), que deixa a Casa no fim do mês, ressaltou que a decisão reduz o papel do Legislativo e compromete a nova legislatura, que ainda tomará posse.

Outro ponto polêmico, a possibilidade de privatização de três estatais também fez com que o governo aceitasse alterações no texto da reforma, mas que ainda dão espaço para venda dos órgãos. O governo garante que não haverá privatizações.

O artigo 16, que autorizava o governador a promover afastamento voluntário temporário de servidores, sem remuneração, foi alvo de protestos dos deputados da oposição e de representantes de entidades. O argumento era que a autorização permitia perseguição a servidores públicos.

Por emenda do deputado Misael Oliveira (PDT), o governo aceitou retirar o termo "promover" e substitui-lo por "estimular". Para a oposição, a troca não alterou o sentido e ainda permite a coerção a funcionários públicos.

A bancada do PT e nove deputados apresentaram 60 emendas na Comissão Mista na segunda-feira. Apenas 29 foram acatadas. Ontem, em plenário, foram apresentadas novas emendas, mas apenas três foram incluídas no relatório do deputado Honor Cruvinel (PSDB), na Comissão de Constituição e Justiça.

Em discurso, o líder do Governo, Daniel Goulart (PSDB), destacou que houve tempo suficiente para ampla discussão e apresentação de emendas. A proposta chegou à Casa há oito dias. Também na tribuna, o deputado Helio de Sousa (DEM) afirmou que "cabe aos deputados, assim como fez o povo de Goiás, confiar em Marconi e dar condições para que ele promova mudanças". O democrata acusou a oposição de ser "analfabeto funcional" por distorcer o projeto.

Os pontos da reorganização administrativa do Estado são:

Mudanças em Estatais: Autoriza o governo a fazer concessão, terceirizar ou alienar para a União a Ceasa; a vender até 49% das ações da Iquego; e a promover cisão, fusão, transformação,
liquidação ou extinção da Celg Telecom. A Emater é posta em liquidação e substituída pela
Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária.

Cria a Secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana, a Controladoria Geral, a Casa Civil (fusão da Secretaria Geral da Governadoria e do Gabinete Civil) e a Agência Prisional.
Todas as secretarias passam a ter superintendentes executivos e são criadas novas
superintendências e diretorias (76), além de gabinetes de gestão (9), com impacto de
cerca de R$ 850 mil mensais.

São extintos mil cargos comissionados.

Autoriza o governo, em prazo de seis meses, a adequar as dotações orçamentárias,
incluindo transferência de receita de uma unidade para outra, a alterar quantitativos e
valores de funções comissionadas e a instituir unidades administrativas da
estrutura complementar (supervisões e gerências), acrescidos de 15%.

Autoriza o governador a remanejar pessoal entre pastas para suprir carências e a
"estimular" o afastamento voluntário temporário, sem remuneração. Estabelece
prazo de 30 dias para a extinção de 8 mil cargos temporários.

Segunda votação

A Reforma Administrativa pode ser aprovada definitivamente hoje. Os deputados estaduais vão apreciar nesta quarta-feira, 19, em segunda e definitiva votação, o projeto da Governadoria n° 154, da Reforma Administrativa do Estado. Não cabe mais emendas ao projeto. A sessão extraordinária começa às 17 horas.


Fontes: Jornal O Popular e Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.

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